Introdução e objetivos
As recomendações da ASPEN/SCCM de 2009 sobre o suporte nutricional em pacientes críticos adultos estabeleceram alvos calóricos e proteicos1.
A meta proteica recomendada foi de 1,2-2,0 g proteína/ Kg ou até mais a depender da evolução clínica. No entanto, os profissionais que lidam com pacientes críticos enfrentam dificuldades para preencher as recomendações da ASPEN/SCCM com as fórmulas nutricionais disponíveis, particularmente no que diz respeito à meta proteica, e dificilmente a alcançam sem hiperalimentar ou empregar módulos proteicos.
Em 2011, uma fórmula semielementar (oligomérica), rica em proteína, foi lançada nos EUA, em resposta à necessidade dos profissionais de ter uma fórmula que possibilitasse atingir a meta proteica. O objetivo primário da presente análise foi calcular as necessidades energéticas e proteicas de pacientes críticos antes e após a introdução de uma dieta enteral rica em proteína.
Métodos
População
40 indivíduos que receberam propofol, sendo:
- a- 20 indivíduos antes da comercialização de uma fórmula semielementar (oligomérica), rica em proteína, em 2011 (nutrição enteral standard - NE-ST);
- b- 20 indivíduos que receberam uma fórmula semielementar (oligomérica), rica em proteína (nutrição enteral rica em proteína - NE-RP, Peptamen® Intense).
Coletas de dados
- a- Indivíduos foram alocados para um determinado grupo com base na fórmula recebida no primeiro dia do estudo;
- b- Os dias de estudo foram contados todo dia em que a fórmula foi consumida e os dados reportados.
Medidas
- a- Dados demográficos (idade, sexo, medidas na admissão);
- b- Dose de propofol diária;
- c- Necessidades estimadas nutricionais;
- d- Prescrição enteral.
Estatística
- a- Características descritivas foram computadas usando-se número e porcentagem nos grupos avaliados;
- b- Necessidades proteicas e calóricas foram descritas na forma de média, desvio padrão, mínimo e máximo para ambos os limites (superior e inferior) da variação das necessidades reportadas;
- c- As médias das necessidades para todos os dias de estudo foram comparadas entre os grupos por meio do t-teste.

Resultados
Dados demográficos
40 pacientes com diagnóstico neurológico recebendo propofol na UTI foram incluídos no presente estudo (tabela 1).

Resultados necessidades nutricionais estimadas
- a- Os cálculos das necessidades proteicas foram significantemente maiores após a disponibilidade da fórmula rica em proteína (P= 0,03);
- b- Os cálculos das necessidades calóricas foram menores após a disponibilidade da fórmula rica em proteína (NS; P=0,17).

Conclusão
Após a disponibilidade de uma fórmula enteral rica em proteína houve uma mudança na determinação das necessidades nutricionais. As necessidades proteicas passaram a ser estimadas em nível mais alto e as necessidades calóricas em um nível mais baixo. Embora não tenha havido diferença estatisticamente significante em todos os aspectos das necessidades estimadas, essas diferenças têm relevância clínica. Tal fato é particularmente importante quando consideramos que a proteína adicional recomendada frequentemente tem de ser oferecida na forma de módulos (pó ou líquido), o que implica aumento nos recursos de enfermagem (ex., custo e tempo), encarregada da administração.
Referências bibliográficas
1. McClave S. et al. JPEN. 2009.; 33(3):277-316. Apresentado na Clinical Nutriti on Week, 2017, Orlando. Apoio da Nestlé Health Science. Nestlé® é uma marca registrada da Société des Produits Nestlé S.A., Vevey, Suiça.
INTRODUÇÃO E OBJETIVOS
As recomendações da ASPEN/SCCM de 2009 sobre o suporte nutricional em pacientes críticos adultos estabeleceram alvos calóricos e proteicos1.
Faça o Login ou Cadastre-se para ver todos os conteúdos exclusivos