Neste conteúdo iremos abordar:
- 1) As consequências da disglicemia para pacientes com diabetes;
- 2) A evolução dos métodos de controle glicêmico;
- 3) O sistema GTSN - Glycemia Targeted Specialized Nutrition;
- 4) Principais nutrientes para controle do índice glicêmico em pacientes diabéticos.
As consequências da disglicemia para pacientes com diabetes
O diabetes mellitus (DM), seja do tipo 1, causado pela destruição de células produtoras de insulina nas ilhotas de Langerhans ou do tipo 2, causado pela combinação de resistência e deficiência relativa de insulina, está associado a diversas complicações que resultam da flutuação da glicemia. Este descontrole glicêmico, ou disglicemia, pode causar diversas doenças macrovasculares (doença arterial coronariana, acidente vascular cerebral e doença macrovascular periférica) e microvasculares (nefropatia, retinopatia), 4 que estão diretamente associadas ao:1
- Aumento da mortalidade;
- Redução da qualidade de vida;
- Aumento dos custos de tratamento.
Isso ocorre porque, na condição de disglicemia, o organismo cria um ambiente metabólico anormal em células de diversos tipos, levando a um ambiente inflamatório e consequentes danos a órgãos, como os rins e o coração, além dos sistemas vascular e neurológico.
Dessa forma, o tratamento do diabetes mellitus com controle glicêmico é necessário para a prevenção e controle dessas complicações, tanto no que diz respeito à mensuração, quanto a estratégias para a manutenção da estabilidade da glicemia do paciente diabético.1
A evolução dos métodos de controle glicêmico
A partir da última década, com a possibilidade de monitorar continuamente a glicose do paciente pelo sistema SMCG (Sistema de Monitoramento Contínuo da Glicose), a avaliação dos pacientes com diabetes sofreu mudanças, incluindo métricas como as estatísticas relacionadas à glicose média e tempo no alvo, além de marcadores de variabilidade glicêmica, como o coeficiente de variação e o desvio-padrão.1
Soma-se a isso o avanço tecnológico que traz mais facilidade para o monitoramento da glicose, através de sensores não invasivos, ou seja, que tornam desnecessário o uso de sangue, tanto capilar quanto intersticial, tais como:1
- Sensores de luz na polpa digital, que medem a glicemia nos dedos como nas oximetrias;
- Sensores portáteis no lóbulo da orelha, que estimam a glicemia sanguínea por tecnologia eletromagnética e a capacidade de calor;
- Sensores com nanopartículas em tatuagens;
- Sensores semelhantes a lentes de contato, que medem a glicose nos olhos;
- Sensores de respiração;
- Sensores em forma de relógios que apresentam a glicemia por iontoforese reversa ou por espectroscopia de impedância.
Esta evolução resulta diretamente em um melhor ajuste no tratamento do diabetes mellitus, especialmente no sentido de torná-lo mais individualizado e preciso, com informações mais exatas para a tomada de decisões por parte dos médicos e dos pacientes.1
O sistema GTSN - Glycemia Targeted Specialized Nutrition
GTSN, ou em português, Nutrição Especializada e Direcionada para a Glicemia é uma forma de terapia nutricional que inclui diretrizes para o diabetes mellitus tipo 2 globalmente aceitas, com o objetivo específico de auxiliar no controle da glicemia, considerando inclusive a substituição de refeições, como o desjejum.2
Os resultados esperados do tratamento com GTSN são:2
Dessa forma, apresentam benefícios que agregam eficácia ao tratamento de pacientes com diabetes mellitus, contribuindo de forma significativa para o manejo da disglicemia, além da prevenção e controle de suas consequências.
Os suplementos utilizados para a terapia nutricional baseada em GTSN incluem principalmente, os nutrientes: proteínas de fácil absorção, carboidratos de baixo índice glicêmico, fibras alimentares e lipídios do tipo Ômega 3. 2-6
Principais nutrientes para controle do índice glicêmico em pacientes diabéticos
Proteínas de fácil absorção, como Whey Protein:
As proteínas contribuem para o controle de peso e manutenção da massa magra. No controle da glicemia, age especialmente como macronutriente que, quando oferecido antes de uma refeição, pode melhorar o controle glicêmico desta. O consumo de whey protein (proteína do soro do leite), rico em aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA), destaca-se como principal e mais eficiente fonte de proteína para essa estratégia.3
Carboidratos de baixo índice glicêmico
Ao falarmos em carboidratos para o controle da glicemia, o principal ponto a ser considerado é a velocidade de absorção da glicose pelo organismo. Assim, os carboidratos com baixo índice glicêmico: 4
- Fornecem gradualmente a glicose para a corrente sanguínea de forma a estimular menos a liberação de insulina;
- Aumentam ainda a sensibilidade à insulina, diminuindo as variações da glicemia ao longo do dia.
Ômega 3
A ingestão de ácidos graxos Ômega 3, além de trazer benefícios anti-inflamatórios, está relacionada à redução dos riscos cardiovasculares, sendo uma condição associada à doença também.
Esta se dá pelo fato do Ômega 3 contribuir com efeitos positivos sobre diferentes aspectos fisiológicos e do metabolismo como:6
- Melhora da função autonômica;
- Antiarrítmico;
- Diminuição da agregação plaquetária e da pressão arterial;
- Melhora da função endotelial;
- Estabilização da placa de ateroma e de triglicérides.
Dessa forma, ao utilizar fórmulas específicas para a Nutrição Especializada e Direcionada para a Glicemia, o paciente se beneficia de doses equilibradas e constantes destes nutrientes e de seus benefícios aqui expostos.2
Neste conteúdo, abordamos a gravidade da disglicemia e suas consequências para os pacientes com diabetes mellitus, mostrando a evolução dos métodos de controle glicêmico e as novas possibilidades para um tratamento mais personalizado da doença. Destacamos o sistema GTSN - Glycemia Targeted Specialized Nutrition, evidenciando os principais nutrientes que fazem parte desta forma de terapia nutricional, como: proteínas de absorção rápida, carboidratos de baixo índice glicêmico, fibras alimentares e Ômega 3.
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