Neste conteúdo iremos abordar:
- 1. Fatores que interferem no paladar e aceitação de alimentos pelo idoso;
- 2. Riscos nutricionais do idoso com dificuldades para se alimentar;
- 3. Prevalência de desnutrição em idosos;
- 4. Principais causas de desnutrição;
- 5. Estratégias para o paciente idoso atingir suas necessidades nutricionais.
A perda de apetite é um problema comum em idosos, tanto residentes em suas casas, quanto em casas de repouso ou em internação hospitalar. A redução do apetite leva à redução da ingestão de alimentos, criando um problema bastante grave e que contribui para:¹
- ·Perda de peso;
- ·Deficiências nutricionais;
- ·Maior suscetibilidade a doenças;
- ·Aumento na mortalidade.
O declínio do apetite com o avanço da idade é um problema sério que necessita de atenção precoce.
Fatores que interferem no paladar e aceitação de alimentos pelo idoso
O apetite do idoso é um sistema bastante complexo que envolve, não apenas o sistema digestivo, mas estímulos cerebrais, nervosos e endócrinos.
Anorexia do Envelhecimento2
Aspectos hormonais
O apetite é controlado por sensores no estômago que respondem à presença ou ausência de alimentos, além dos diferentes nutrientes, como as gorduras e proteínas. Em resposta aos sinais emitidos por esses sensores ocorre a secreção de diversos hormônios:1
O apetite é diretamente influenciado pelo ambiente e pelo modo de vida dos indivíduos. No envelhecimento, a probabilidade de viver e alimentar-se sozinho, além das dificuldades de aquisição e preparo dos alimentos, tende a reduzir a motivação e o apetite do idoso.¹
Riscos nutricionais do idoso com dificuldades para alimentação
Com a perda de apetite e interesse pela alimentação, ocorre a diminuição do consumo dos alimentos mais saudáveis e nutritivos, aumentando os riscos e a ocorrência de problemas relacionados à desnutrição, tais como: 1,3
A intervenção nutricional é de extrema importância e deve ser orientada de forma individual, considerando mudanças biológicas e psicológicas associadas à necessidade de manutenção da capacidade funcional do idoso para um envelhecimento saudável e ativo.
Estratégias para o paciente idoso atingir suas necessidades nutricionais ³
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), após identificação do risco nutricional ou desnutrição no idoso, deve-se:
Realizar um aconselhamento dietético através de uma alimentação saudável com valores adequados de calorias, proteínas e micronutrientes.
O nutricionista deve fazer adaptações no cardápio para que, além de nutritivo, saboroso e atraente, facilite a mastigação e reduza o desconforto causado por algumas queixas, como a disfagia/odinofagia.
A partir do aconselhamento dietético, algumas estratégias são importantes: 3,4
Uma revisão sistemática, mostrou que a realização das refeições em estilo familiar, ouvindo música suave durante a alimentação, melhoraram o consumo de alimentos e bebidas por pessoas com demência.5
TERAPIA NUTRICIONAL
O objetivo da terapia nutricional no idoso é fornecer quantidades adequadas de calorias, proteínas, micronutrientes e líquidos, a fim de atender aos requisitos nutricionais e assim, manter ou melhorar o estado nutricional durante o processo de envelhecimento. O uso de complementos nutricionais ou o enriquecimento das refeições pode ser indicado. A composição da dieta deve considerar os problemas comuns do idoso, como sarcopenia e osteoporose, principais causas de quedas, fraturas e perda de mobilidade nessa população, as quais são condições associadas principalmente à quantidades inadequadas de Proteínas, Cálcio e Vitamina D.4,6-8
Além disso, a terapia nutricional se torna uma boa opção pela possibilidade de controle dos ingredientes e facilitação de sua digestibilidade e absorção, dificuldades comuns em pessoas com idade mais avançada. Assim, a escolha dos suplementos mais adequados, bem como suas dosagens, deve sempre levar em conta as necessidades e os fatores individuais de cada idoso em uma avaliação que somente o profissional de saúde e nutrição é capaz de realizar com segurança.
Referências bibliográficas
1. Pilgrim AL, Robinson SM, Sayer AA, Roberts HC. An overview of appetite decline in older people. Nurs Older People. 2015 Jun;27(5):29-35. doi: 10.7748/nop.27.5.29.e697. PMID: 26018489; PMCID: PMC4589891. 2. Hara, Larissa. Prevalência de anorexia do envelhecimento e sua associação com ingestão de nutrientes, sarcopenia e fragilidade em idosos em acompanhamento ambulatorial do município de Campinas – SP. Limeira, SP,2019. https://doi.org/10.47749/T/ UNICAMP.2019.1148953. 3. BRASPEN J 2019; 34 (Supl 3):2-58 4. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 2. ed., 1. reimpr. – Brasília: Ministério da Saúde, 2014 <link> 5. Bunn DK, Abdelhamid A, Copley M, Cowap V, Dickinson A, Howe A, et al. Effectiveness of interventions to indirectly support food and drink intake in people with dementia: Eating and Drinking Well IN dementia (EDWINA) systematic review. BMC Geriatr. 2016;16:89. 6. Fabricio SCC, Rodrigues RAP, Costa Junior ML. Causas e consequências de quedas de idosos atendidos em hospital público. Ver Saúde Pública, 2004;38:93-9. 7. Lang T et al. Sarcopenia: etiology, clinical consequences, intervention, and assessment. Osteoporos Int. 2010; 21:543-59. 8. Campos MTFS, Monteiro JBR, Ornelas APRC. Fatores que afetam o consumo alimentar e a nutrição do idoso. Rev. Nutrição 2000;13:157-165.
A perda de apetite é um problema comum em idosos levando à redução da ingesta de alimentos, contribuindo para:
- ·Perda de peso;
- ·Deficiências nutricionais;
- ·Maior suscetibilidade a doenças;
- ·Aumento na mortalidade.
Confira neste artigo estratégias para o paciente idoso atingir suas necessidades nutricionais.
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