Neste conteúdo abordaremos:
- Benefícios da cafeína na concentração e disposição;
- Uso da cafeína em atividades físicas;
- Cafeína e recomendações.
A cafeína é a substância estimulante mais consumida no mundo.
Aproximadamente 90% dos adultos consomem diariamente a cafeína em alimentos como: café, chocolate, folhas de chá ou suplementos. Quando consumida dentro das quantidades recomendadas, pode trazer diversos benefícios à saúde, relacionados ao aumento da concentração e disposição para a realização de tarefas ou exercícios físicos.1,2
Benefícios da cafeína na concentração e disposição
Diversos estudos mostram que o consumo da cafeína pode melhorar muitos mecanismos cognitivos comportamentais associados ao esporte e às tarefas do dia a dia com aumento da energia e diminuição do cansaço. As evidências também mostram benefícios no aumento da atenção e
concentração devido à sua capacidade de estimular o sistema nervoso, produzindo certo estado de alerta de curta duração, sendo uma alternativa para aumentar o foco no estudo ou no trabalho. Estes efeitos podem ser observados após a ingestão de doses baixas a moderadas (50-300 mg) de
cafeína.3
O seu mecanismo de ação está associado à sua ação inibidora sobre os receptores do neurotransmissor adenosina, responsável por nos deixar mais calmos e sonolentos e está situado nas células nervosas. Sendo assim, o efeito da cafeína é oposto ao da adenosina. Com isso, temos a sensação de revigoramento, aumento da disposição e energia, menos sono e menos fadiga. A
cafeína também exerce um efeito sobre a descarga das células nervosas e a liberação de alguns noéuttircoas neurotransmissores e hormônios, como a adrenalina.4
Uso da cafeína em atividades físicas
Os benefícios relacionados ao aumento da disposição e energia, contribuem para o desempenho nos exercícios ou provas de resistência, além da melhora na performance cognitiva e no alerta.6
O desencadeamento das respostas fisiológicas e metabólicas estão associados à quantidade ingerida. Portanto, a dosagem de cafeína é fator determinante na melhora do desempenho físico.8
Evidências também apontam o aumento da lipólise após a ingestão de cafeína devido ao seu efeito termogênico e lipolítico, principalmente em indivíduos não obesos.3
Até final do ano de 2003, a cafeína fazia parte da lista de substâncias proibidas pela Agência Mundial Anti-Doping (WADA), na classe de estimulantes (A) e o limite estipulado para caso positivo de doping até aquele momento era de 12μg/mL de cafeína na urina. Contudo, devido às dificuldades de se estabelecer um valor limítrofe, desde o ano de 2004 a cafeína foi incluída junto com outras substâncias
em um programa de monitoramento da WADA, não sendo essa considerada substância proibida, condição esta que se estende até os dias atuais.9
Cafeína e recomendações
Para se obter os benefícios da cafeína, é de extrema importância não ultrapassar as quantidades recomendadas.
Altas doses de cafeína podem ainda provocar insônia, nervosismo, irritabilidade, ansiedade, além de náuseas e desconforto gastrointestinal.11 Por isso, é importante fazer o acompanhamento com um profissional de saúde médico ou nutricionista para melhores orientações quanto a dosagem, tolerabilidade, estratégias de uso ou mesmo sobre quando suspendê-lo.
Algumas pessoas podem ser mais sensíveis à cafeína, mesmo sem o consumo de elevadas quantidades de café. Nestes casos, não é recomendada altas doses de cafeína.3
Pessoas naturalmente ansiosas ou que sofrem ataques de pânico, podem sentir aumento da ansiedade ao consumir altas doses de cafeínas.
Visto que parte dos efeitos da cafeína estão relacionados com o aumento da energia, disposição e concentração, talvez não seja uma boa ideia fazer uso dela próximo da hora de dormir.
Em contrapartida, é alternativa eficiente usá-la antes do trabalho, estudo ou atividades físicas, aumentando assim o desempenho, o foco e a produtividade.
Referências bibliográficas
1. Beedie CJ, Foad AJ. The placebo effect in sports performance: a brief review. Sports Med. 2009;39(4):313-329. 2. Saunders B, et al. Placebo in sports nutrition: a proof-of-principle study involving caffeine supplementation. Scand J Med Sci Sports. 2017;27(11):1240-1247. 3. Alves RC, et al. Health benefits of coffee: myth or reality? Quim. Nova. 2009;32(8)::2169-2180. 4. Denson TF, et al. Caffeine expectancies but not caffeine reduce depletion-induced aggression. Psychol Addict Behav. 2012;26(1):140-144. 5. Graham TE. Caffeine and exercise: metabolism, endurance and performance. Sports Med. 2001;31(11):785-807. 6. Rogers NL, Dinges DF. Caffeine: implications for alertness in athletes. Clin Sports Med. 2005;24(2):e1-xi. 7. Mesquita RNO, et al. Effects of caffeine on neuromuscular function in a non-fatigued state and during fatiguing exercise. Experimental Physiology. 2020;105:690-706. 8. Carman AJ, et al. Current evidence for the use of coffee and caffeine to prevent age-related cognitive decline and Alzheimer's disease. J Nutr Health Aging. 2014;18(4):383-392. 9. Altimari LR. Ingestão de Cafeína Como Estratégia Ergogênica no Esporte: Substância Proibida ou Permitida? Rev Bras Med Esporte. 2010;16(4):314. 10. Cappelletti S, et al. Caffeine: cognitive and physical performance enhancer or psychoactive drug? [published correction appears in Curr Neuropharmacol. 2015;13(4):554. 11. Altimari LR, et al. Cafeína: ergogênico nutricional no esporte. Rev. Bras. Ciên. e Mov. 2001;9(3):57-64.
A cafeína é a substância estimulante mais consumida no mundo. Quando consumida dentro das quantidades recomendadas, pode trazer diversos benefícios à saúde, relacionados ao aumento da concentração e disposição para a realização de tarefas ou exercícios físicos. Saiba mais.
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