Neste conteúdo abordaremos:
- A internação hospitalar prolongada;
- Impacto da internação prolongada na saúde e bem-estar do paciente;
- O papel da Terapia Nutricional, durante e após a internação.
A internação hospitalar prolongada
A internação hospitalar prolongada não tem uma definição exata de tempo de duração, já tendo sido definida por uma permanência hospitalar que varia, desde 24 horas até algumas semanas ou meses.1,2
Trata-se de um dos principais problemas que afetam o sistema de saúde, não apenas pela elevação dos custos, mas também pela redução da qualidade de assistência e, principalmente, pelo impacto negativo que pode gerar para a saúde e qualidade de vida do paciente. 1,2
Todos estes fatores contribuem para a importância do planejamento precoce da alta hospitalar e cuidados que impactam, não apenas no tempo de permanência no hospital, mas também na recuperação do pós-alta.1,2
Impacto da internação prolongada na saúde e bem-estar do paciente
A permanência em um hospital traz diversos fatores de risco, podendo resultar em complicações, sendo geralmente seguida pela diminuição da capacidade funcional e perda da qualidade de vida, que em alguns casos podem ser irreversíveis, principalmente nos pacientes mais idosos.3
O principal risco associado ao aumento do tempo de permanência hospitalar é o de infecção, seja pela imunodepressão ou por outras particularidades que este ambiente pode desenvolver. Além disso, o paciente passa a apresentar diversas dificuldades, tanto físicas quanto psicológicas.1
A perda do condicionamento físico, causada pela necessidade de repouso em tempo prolongado no leito, aumenta o risco de quedas e pode ser explicada pela imobilidade, pela desnutrição calórico- proteica e por danos sofridos em sistemas orgânicos, a exemplo do sistema circulatório, que pode acarretar problemas como a trombose venosa profunda e eventos isquêmicos.1
Além disso, entre os fatores psicológicos que mais afetam a qualidade de vida do paciente, dificultando a alta médica e a recuperação após o período de internação é a depressão, comum em pacientes internados por períodos mais longos e por diversos fatores como: dor, incapacidade física, prognóstico ruim e afastamento da família e do trabalho, podendo gerar transtornos que tornam necessário o tratamento especializado.1
Outras consequências importantes da internação prolongada, com impactos negativos após a alta são:2
O papel da Terapia Nutricional, durante e após a internação 4
A prevalência de desnutrição entre pacientes críticos em unidades de terapia intensiva é superior a 35%, uma condição já observada em sua admissão e que tende a ser agravada rapidamente durante a internação.4
Estes pacientes comumente apresentam um estado de estresse catabólico e resposta inflamatória sistêmica, relacionada a diversas complicações que podem levar ao atraso da alta hospitalar e a complicações no pós-alta, como: 4
- Aumento de complicações infecciosas;
- Aumento das taxas de mortalidade;
- Retardo na cicatrização de feridas;
- Catabolismo muscular.
Dessa forma, temos uma associação direta entre o estado nutricional do paciente e o desfecho clínico, tanto para pacientes críticos quanto não críticos, justificando a avaliação nutricional precoce e a terapia nutricional como parte importante do tratamento clínico do paciente.4
Uma das prioridades nutricionais do paciente hospitalizado é a ingestão proteica, visando reverter ou impedir a desnutrição e outras complicações como a perda da massa óssea e a sarcopenia, minimizando os riscos associados à mortalidade e à morbidade e melhorando as funções como a cicatrização e o sistema imune do organismo.4
Dessa forma, atingir as metas nutricionais durante o período de internação precisa ser uma das prioridades no tratamento do paciente crítico, especialmente em duração mais prolongada, sendo um fator diretamente relacionado também à sua recuperação após deixar o hospital, inclusive considerando a continuidade destes cuidados.4
O planejamento da alta precisa ser feito da forma mais precoce possível, sendo uma preocupação presente desde a admissão do paciente. A transição deve ser feita de forma cautelosa e segura.5
Assim, o conceito de desospitalização vai além da alta médica, sendo uma estratégia de cuidado que inclui a sua recuperação, feita de forma multidisciplinar e que inclui a Terapia Nutricional domiciliar, feita de forma individualizada e orientada por um profissional de Nutrição.
Quer saber mais? Acesse também o AVANTE NESTLÉ CAST “Impactos da Internação prolongada após a alta hospitalar”, com o enfermeiro Luciano Oliveira, que atuou por 15 anos no Hospital Sírio Libanês nas Unidades Semi-Intensiva e na Equipe de Gerontologia e Geriatria, sendo responsável pelos Serviços de Desospitalização e grande referência em Terapia Nutricional.
Confira o novo conteúdo do portal Avante Nestlé, trazendo os principais desafios para o paciente durante e após a internação, os principais riscos para a saúde e qualidade de vida e a importância da terapia nutricional, durante e no pós-alta.
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